Na América Espanhola, durante o período colonial, foi estabelecida uma forma de trabalho obrigatória, imposta aos indígenas desta região. Na verdade, este regime trabalhista não foi criado pelos espanhóis, mas sim legado a eles pela própria cultura inca – império nativo que se estendia do extremo norte, o Equador e o sul da Colômbia, abrangendo o Peru, a Bolívia, chegando ao noroeste da Argentina e ao norte do Chile; sua capital era a atual cidade de Cuzco. A mita foi largamente aplicada nas minas e nas propriedades mais importantes, especialmente no Peru e na região conhecida como Alto Peru.
Os nativos trabalhavam sob terríveis condições, expostos a enfermidades do pulmão, em conseqüência da atmosfera poluída e úmida. Enquanto estavam submetidos a este trabalho, não saíam de lá, dormiam no mesmo local onde exerciam suas tarefas, dentro da mina. Este martírio durava pelo menos quatro meses, porque o corpo dos trabalhadores não suportava um tempo mais longo. Expirado este prazo, eles voltavam para seus lares.
Enquanto este sistema era administrado pelos incas, os trabalhadores se reuniam para realizar trabalhos em comunidade – edificação de pontes, canais, entre outros. Mas, uma vez apropriado pelos espanhóis, tornou-se um instrumento desumano de exploração da mão-de-obra indígena. Este tipo de trabalho expunha de tal forma a saúde do trabalhador, que exercê-lo era praticamente ser condenado à morte, pois apenas cerca de 10 ou 20% deles retornava para casa. E mesmo estes geralmente morriam pouco tempo depois, pois suas condições orgânicas haviam sido fatalmente abaladas.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia-da-america-espanhola/mita/
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